Resenha | CIDADE DOS OSSOS, por Cassandra Clare
Ficha Técnica
Instrumentos Mortais Volume 1
[Universo dos Caçadores de Sombras]
Gênero: Young Adult/ Baixa Fantasia
Publicação: 2010
Editora: Record/ Galera
611 páginas
Sinopse
Um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.
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Resenha
Em uma narrativa em terceira pessoa que alterna o ponto de vista de vários personagens — focando nos protagonistas –, temos o primeiro volume publicado que serviu de base para todo o Universo dos Caçadores de Sombras. Por este motivo, Cidade dos Ossos se relaciona com várias outras das séries – além da qual pertence, Instrumentos Mortais – escritas por Cassandra Clare.
Os protagonistas são Clary e Jace, porém há muitos outros personagens secundários muito marcantes que vamos acompanhar de perto, sendo os de maior destaque nesse livro: Simon – meu personagem favorito da autora junto com Will, de Peças Infernais –, Izzy, Alec e Magnus.
Clary é uma menina de vida aparentemente normal, com uma mãe que lhe dá uma superproteção quase sufocante, mas que ainda assim é uma adolescente comum, tendo Simon como melhor amigo, o qual mantém — sem perceber — numa profunda situação de friendzone.
Ao saírem para se divertir, Clary se depara com uma cena realmente perturbadora de um estranho crime — ou pelo menos é o que ela pensava ser. Ali, ela conhece Jace, esse garoto misterioso e tatuado que ela supõe inicialmente ser um delinquente. Jace na realidade é um Caçador de Sombras, que tem repentina e inesperadamente seu destino amarrado ao de Clary, já que mesmo a contragosto inicial dela, ele e seus parceiros são os únicos que podem ajudá-la após o desaparecimento da sua mãe, dando início a uma investigação.
[...] Ela só conseguia identificar que eram meninos altos e que usavam roupas escuras. Ela não sabia dizer como percebera que estavam seguindo o outro garoto, mas tinha certeza disso. [...]
O que mais me atrai nos livros de Cassandra Clare é o modo como ela aborda certos aspectos problemáticos da sociedade — no caso, uma fictícia, mas com características fortemente associáveis à nossa —, como preconceito e o modo como "cidadãos de bem" almejam uma sociedade mais "pura", livre de escórias — segundo seus deturpados critérios, claramente. Ela traz uma crítica bem refinada, colocada nas entrelinhas, assim como Stan Lee fez com X-Men na Marvel. Embora cada um tenha seu estilo, universo e construção de enredo e personagens, no final ambos abordam discretamente as consequências do ódio e da intolerância.
[...] Então eles são bons o suficiente para continuar vivendo, bons o suficiente para cozinhar para vocês, bons o suficiente para um flerte, mas não são realmente bons o suficiente? Quer dizer, não tão bons quanto as pessoas. [...]
Instrumentos Mortais não se encaixa no gênero terror; é uma temática um pouco sombria e tudo mais, mas conforme se avança na leitura — e nas várias continuações —, é quase tão tranquilo quanto ler qualquer outro livro para jovens, e a estranheza some rapidamente. Digo isso porque foi meu primeiro YA de Fantasia Contemporânea, então eu não fazia ideia do que esperar; pelo tema esperava ser algo assustador, mas sei agora que não tem nada disso.
A autora criou toda uma mitologia própria, se baseando em mitos reais, afinal "[...] A maioria dos mitos é verdadeira, pelo menos em parte [...]", o que traz uma rica experiência para quem lê, não à toa existindo por isso um enorme fandom dos livros. Há muita morte, demônios, monstros e acontecimentos pesados ali e acolá, mas é tudo contado de forma tão fluida e com bastante alívio cômico; não precisa hesitar em conhecer.
Visão Geral
Em Suma
Divertido. Empolgante. Vibrante | 8
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