Resenha | DISPUTA IRRESISTÍVEL, por Vi Keeland
Ficha Técnica
Gênero: New Adult
Publicação: 2020
Editora: Planeta de Livros/ Essência
304 páginas
Sinopse
Bennett Fox entrou na minha vida em uma manhã infernal de segunda-feira. Eu estava atrasada para o primeiro dia em meu novo emprego: um trabalho pelo qual eu teria que batalhar, por causa de uma inesperada fusão. Enquanto carregava meus pertences para o meu novo escritório, recebi uma intimação para comparecer ao estacionamento. A policial de trânsito tinha multado uma longa fila de carros - exceto pelo Audi estacionado na minha frente, que por acaso era da mesma marca e modelo do meu. Irritada, decidi presenteá-lo com minha multa. Provavelmente o dono pagaria sem nem se questionar. Porém, acidentalmente, quebrei o limpador de para-brisa enquanto deslizava o bilhete para a janela do carro. As coisas só começaram a melhorar quando encontrei um homem lindo no elevador. Tivemos um desses breves momentos que só acontecem nos filmes. Você sabe do que eu estou falando... Seu corpo se acende, fogos de artifício explodem e o ar ao seu redor crepita com eletricidade. Talvez o novo trabalho não fosse tão ruim assim. Ou pelo menos foi o que eu pensei, até eu entrar no escritório do meu novo chefe e conhecer meu concorrente. O homem do elevador era agora meu inimigo. Seu olhar não tinha sido por causa de qualquer atração mútua. Foi porque ele me viu vandalizar seu carro. E agora ele não podia esperar para aniquilar sua rival.
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Resenha
Com uma narrativa intercalada entre os protagonistas Annelise e Bennet, acompanhamos uma história que a princípio parece só mais uma disputa ao estilo gato-e-rato que acaba na cama, mas no fim das contas, tem muito mais que isso. Tá, não é spoiler dizer que também acaba na cama sim, mas tem profundidade e personagens incríveis.
Annelise está dando um tempo em seu relacionamento, a pedido de seu namorado — que estava com ela há oito anos —, um verdadeiro embuste. Mas tem um detalhe: a moça não percebe que está sendo enrolada e se mantém na esperança de voltarem às boas e acredita na versão dele de que precisa "se encontrar".
Bennet é exatamente o que parece: um homem lindo e absolutamente cafajeste. Não engana ninguém nem nada, pois aparentemente deixa sempre claro que só pega e não se apega; mas também é o clássico homem de romances que foge de relacionamentos igual o diabo foge da cruz. E a princípio é isso: um clichêzaço em que temos uma moça levemente ingênua — romanticamente apenas — e um devorador de mulheres que não deixa ninguém passar. Mas, porém, no entanto, todavia, aqui o buraco é mais embaixo.
Explico: eles iniciam uma disputa profissional para saber quem será transferido da empresa em que atualmente trabalham, pois ambos possuem o mesmo cargo em duas empresas que acabaram de se fundir. Sentiu o drama? Então. Para "facilitar" as coisas, eles se sentem bastante atraídos um pelo outro, o que torna tudo mais complicado, pois eles realmente levam a competição a sério.
Ela tenta sempre agir com o máximo de ética, enquanto que Bennet faz questão de agir como cretino e adora provocá-la. Só que o que mais me deixou presa do começo ao fim nessa leitura nem foi a briga — clichê... —, a atração no trabalho — mais clichê ainda — ou ele ser um típico macho alfa que é tão, mas tão macho (!) que não se envolve com ninguém além do físico — ultra-mega-blaster-clichê —; o que me surpreendeu foi o desenvolvimento dele, principalmente. Em Annelise não houve nenhuma grande mudança ou surpresa, as atitudes dela foram quase todas esperadas. Mas no caso de Bennet... Uau. Ele realmente tem bagagem e foi muito desenvolvido nessa narrativa.
Embora aja de modo estúpido e hipócrita às vezes, percebemos o quanto ignora as mudanças de emoções em si mesmo, represando tudo. E quando a barragem se rompe... Se segura! No fim das contas não adianta tentar ser ou agir como alguém que você não é. Para ele a princípio é fácil não se apegar aos sentimentos que desenvolve por Annelise, afinal eles estão competindo por um emprego. Só que, mesmo sem querer, ela acaba por ir desvendando suas camadas e achando o que ele tem de bom a oferecer, mesmo que esconda tão bem que às vezes nem ele mesmo nota.
O que mais me chamou atenção nessa obra foi o fato de a relação deles não ter sido explosiva. Foi tão crível que mais pareceu alguém que conheço me contando um princípio de relação! Ah, okay, quando chega em determinado momento eles meio que deixam tudo rolar de modo bem intenso — o que também acontece na vida real às vezes... —, mas de modo geral, foi como regar uma planta. Os sentimentos foram se acumulando, começou como pequenas brigas que viraram discussões amistosas e logo um já estava se importando com o outro. Tudo misturado com uma atração que não passava e mesmo após a "consumação", por assim dizer, não houve aquele momento clássico dos romances em que ambos — ou pelo menos um dos dois — já querem sair da cama e se casar ou se comprometer muito seriamente. Foi tão gente como a gente que me apeguei bastante a esse casal.
E o mais importante para mim: Bennet é um personagem muito crível e humano, e por mais que aja com o clichê do macho alfa como bem já citei, ele apenas está quebrado. E principalmente: Annelise não está ali a fim de redimi-lo. Não é dela essa obrigação; mas ficar com ela é o que desperta suas dores mais profundas, ao mesmo tempo que cura seus machucados, então ver ele se encontrar é o que mais me encantou na leitura.
Visão Geral
Em Suma
Apaixonante. Empolgante. Divertido | 9
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