Resenha | TEORICAMENTE PRINCESA, por Alyssa Cole

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Reluctant Royals Volume 1
Gênero: New Adult
Publicação: 2020
Editora: Planeta de Livros/ Essência
390 páginas

Sinopse

Dividida entre a pós-graduação e os vários empregos, Naledi Smith não tem tempo para contos de fadas... Ou paciência para os e-mails constantes alegando que ela está noiva de um príncipe africano. Certo. Ok. Excluir! Filha adotiva, ela aprendeu que as únicas coisas em que pode confiar são ela mesma e o método científico, e um e-mail idiota não a convencerá do contrário. O príncipe Thabiso é o único herdeiro do trono de Thesolo, concentrando as expectativas de seus pais e seu povo. Seu casamento está no topo da lista de prioridades do reino. Sempre obediente, ele localiza sua noiva desaparecida. Quando Naledi confunde o príncipe com um plebeu qualquer, Thabiso não resiste à chance de experimentar a vida – e o amor – sem o peso de sua coroa. A química entre eles é instantânea e irresistível, e a amizade sedutora rapidamente se transforma em noites apaixonadas. Mas quando a verdade é revelada, uma suposta princesa pode se tornar uma princesa para sempre?

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Resenha

Em uma história contada sob uma perspectiva em terceira pessoa, conhecemos a história de Naledi – Ledi para os íntimos – e Thabiso – ou Jamal? –, que é uma versão modernizada do conto da Cinderela. Uma obra valiosa por trazer representatividade, mas nos mostra ainda mais que isso: isto não é apenas sobre um negro e uma negra – embora vidas negras também importem –, mas sim sobre um casal de seres humanos.

Bastante surrada pela vida e mesmo assim com permanente persistência, Ledi está bastante atarantada entre estudos e seus diferentes empregos, afinal nada cai do céu e por isso ela precisa se desdobrar para garantir seus objetivos. A moça tem um grande abalo em sua autoconfiança por nunca ter sido adotada, e por isso tenta garantir ao máximo que as pessoas ao seu redor não ultrapassem suas barreiras emocionais, com a esperança de se manter ilesa de possíveis decepções. Aparentemente, até agora a única capaz de se aproximar o suficiente foi a sua amiga mimada Portia, que usa e abusa de sua boa vontade – praticamente uma irmã.

[...] Ela era como um ímã defeituoso; as pessoas tentavam grudar nela, mas havia algo intrinsecamente errado na sua constituição. [...]

O príncipe herdeiro – e bastante romântico – Thabiso não foi capaz de se esquecer da sua prometida Naledi, que desapareceu ainda na infância ao ser levada pelos próprios pais, e a princípio ele insiste apenas em respostas; ao se dar conta que Ledi não faz ideia de quem é, Thabiso assume meio “sem querer querendo” uma nova identidade – Jamal –, para assim conhecer a jovem sem o “elefante branco” que é pertencer à realeza.

A partir de quando eles se conhecem mais, Thabiso hesita em contar a verdade por medo da reação de Ledi, que se vê facilmente conquistada, sem fazer ideia de com quem está saindo. Em dado momento ela fica ciente da situação, e a partir daí todos os problemas de autoestima de Ledi voltam à tona, junto da decepção de ser enganada, dificultando a situação para o príncipe, que a partir de então tem a nova tarefa de reconquistar sua amada.

[...] — O que posso dizer? Me desculpe por ser um embuste, Naledi.
Ledi deu de ombros [...].
— O embustismo é uma doença bastante comum entre homens na faixa dos dezoito aos trinta e cinco anos. [...]

Uma história de romance leve e divertida, com personagens carismáticos em um conto de fadas que nunca cansa. O que mais me encantou na leitura foi a ausência de estereótipos raciais; somos pessoas, no final das contas. Claro que acontecem coisas na vida dos personagens que não ocorreriam se eles fossem brancos, e ignorar o racismo e mazelas de ser negro em uma obra com personagens com essas características seria basicamente perpetuar o preconceito, já que o silêncio é um dos fatores que só o aumentam.

No entanto, esse não é o foco aqui e foi um alívio para mim, pois não nos resumimos a tristeza, miséria, burrice, malandragem, hipersexualização. Somos humanos, em toda sua infinita complexidade. No mais, embora tenha gostado bastante da escrita, do contexto e da representatividade, achei o final um tanto apressado, porém com uma resolução interessante ainda assim. Espero que sejam traduzidos os demais livros da série, pois fiquei curiosa e gostaria muito de acompanhar os personagens.

Visão Geral

Plot 9
Personagens 9
Impacto Pessoal 8,5
Final 8

Em Suma

Apaixonante. Escrita Cativante. Representativo | 8,6

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