Resenha | CASA DE TERRA E SANGUE, por Sarah J. Maas
Ficha Técnica
Cidade da Lua Crescente Volume 1
Gênero: New Adult/ Fantasia
Nome original: House of earth and blood
Publicação: 2020
Editora: Record/ Galera Record
896 páginas
Sinopse
Neste primeiro volume, Casa de terra e sangue, conhecemos a história da semifeérica Bryce Quinlan, que busca vingança em um mundo de fantasia contemporâneo repleto de magia, perigo e romance abrasador. Bryce Quinlan tinha a vida perfeita - trabalhava duro o dia todo e festejava noite adentro -, até que um demônio assassina alguns de seus melhores amigos, deixando-a destruída e mudando sua vida para sempre. Sem entender como sobreviveu ao ataque da besta, a semifeérica tenta superar a perda, com o consolo de que o culpado por conjurar o demônio está atrás das grades. Mas quando os crimes recomeçam, dois anos depois e com as mesmas características, Bryce se vê no meio de uma investigação que pode ajudá-la a vingar a morte dos amigos. Hunt Athalar é um notório anjo caído, agora escravizado pelos arcanjos que um dia tentou derrubar. Suas habilidades brutais e força incrível foram definidas para alcançar um único objetivo: assassinar – sem perguntas – os inimigos do seu chefe. Mas com um demônio causando estragos na cidade, ele ofereceu um acordo irresistível: ajudar Bryce a encontrar o assassino, e sua liberdade estará ao seu alcance. Enquanto Bryce e Hunt se aprofundam nas entranhas da Cidade da Lua Crescente, eles descobrem um poder sombrio que ameaça tudo e todos que amam, e encontram um no outro uma paixão ardente – que teria o poder de libertar os dois, se eles apenas a aceitassem.
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Resenha
Temos aqui nesse volume de estreia da série Cidade da Lua Crescente, uma narrativa em terceira pessoa onde acompanhamos a protagonista Bryce em uma história de investigação policial, tudo em um universo de fantasia misturada a um ambiente urbano.
Para quem assistiu àquele filme, Bright (de 2017), a situação é mais ou menos parecida: o mundo é cheio de seres mitológicos e mágicos, mas ao mesmo tempo, houve desenvolvimento de tecnologia semelhante ao nosso. E ambos são tão interligados que há até mesmo conglomerados empresariais que investem em magitecnologia!
Devo confessar que achei o começo um tanto confuso, pois eram muitos personagens, histórias e dramas misturados e jogados de uma só vez. Mas logo após um evento importante no começo da trama, as coisas se ajeitaram muito bem e eu já estava bastante familiarizada com todos, podendo então acompanhar bem o desenrolar da trama.
A Cidade da Lua Crescente, ou Lunathion – seu nome oficial –, é onde Bryce escolheu viver, para que tenha maiores oportunidades. Mas por sendo semifeérica e ter metade humana, ela passa por muitos preconceitos e tem bastante dificuldade em se estabelecer, já que humanos são desprezados por sua posição social. Suas três amigas lhe dão bastante apoio, mas mesmo assim ela ainda não se sente à altura delas. Após um acontecimento realmente catastrófico em sua vida, ela se vê diante de um mistério, e com a ajuda de Hunt, um anjo escravizado pelos poderosos asteri, Bryce recebe a missão de resolvê-lo.
Eu realmente gostei do fato de haverem anjos sendo tratados em pé de igualdade com outros seres mitológicos, como fadas e tantos mais. Essa mitologia também é muito rica, e suponho que só não seja tão usada por conta de nossa cultura judaico-cristão, causando um receio dos escritores em ofender religiões e ter que suportar possíveis polêmicas. Mas a autora não deixou de dar asas à imaginação, resultando em uma história me deixou bastante envolvida.
[...] Memento Mori.
Lembre-se de que és mortal. [...] Lembre-se de que você vai morrer e aproveite cada prazer que o mundo tem a oferecer [...]
Falando em anjos, toda a política que envolve Hunt e os demais anjos e arcanjos realmente é de encher os olhos e tem muito a ser explorado. Ele aliás tem um desenvolvimento que chamou particularmente minha atenção, tanto pelo o que levou ele a ser escravizado quanto às suas interações com Bryce, que é totalmente despirocada das ideias e tira ele do sério.
“[...] — Tem a boca mais suja que já vi, amor. E do modo como você age, acho que talvez seja o alfa babaca da relação.
Ela sibilou. [...]”
São muitos personagens que podem ser bastante explorados ao longo da série, mas um dos que mais quero ver nos próximos volumes é uma medbruxa que aparece vez ou outra e me despertou bastante curiosidade, isso para citar uma entre vários outros tão interessantes quanto...
Desde o final da série Trono de Vidro, estava carente de novidades de Sarah J. Maas! Esse não foi o melhor livro que li da autora, mas estou bastante confiante que essa série ainda vai me surpreender, dada minhas experiências anteriores, como Trono de Vidro, que comecei achando meio “meh” nos volumes iniciais e terminei me debulhando em lágrimas.
Um fato que me chamou a atenção é que embora seja voltado para o público adulto, nesse New Adult praticamente não há cenas sensuais, como tem sido o costume dos autores desse gênero. Talvez a autora venha com esse tipo de abordagem nas próximas publicações, mas o conteúdo “mais adulto” nesse volume foi a questão do abuso de substâncias químicas, o que aliás acabou sendo bem realista, pois ela mostrou o quanto isso afetou a vida de personagens importantes na narrativa.
Visão Geral
Em Suma
Tocante. Vibrante. Empolgante | 8,4
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