Resenha | CORTE DE CHAMAS PRATEADAS, por Sarah J. Maas
Ficha Técnica
Corte de Espinhos e Rosas/ ACOTAR Volume 4
Gênero: New Adult/ Fantasia
Nome original: A Court of Silver Flames
Publicação: 2021
Editora: Record/ Galera
714 páginas
Sinopse
Nestha Archeron sempre foi orgulhosa, irritável e lenta em perdoar. Ter sido Feita pelo Caldeirão não tornou sua personalidade mais doce. Mas o que poucos sabem é que, por trás da fachada de força, Nestha carrega uma dor que a está corroendo: o arrependimento por não ter feito nada para ajudar a família quando caíram na pobreza e por não ter sido capaz de salvar o pai...Desde que foi forçada a entrar no Caldeirão e se tornar Grã-Feérica contra sua vontade, ela lutou para encontrar um lugar para si mesma dentro do mundo estranho e mortal que habita. No entanto, ela não consegue superar os horrores da guerra com Hybern e tudo o que perdeu nela. A única pessoa que a incendeia, mais do que qualquer outra, é Cassian, o guerreiro com cicatrizes de batalha cuja posição na Corte Noturna de Rhysand e Feyre o mantém constantemente na órbita de Nestha. Mas seu temperamento não é a única coisa que Cassian inflama. O fogo entre eles é inegável, e fica ainda mais quente quando são forçados a ficarem próximos um do outro. Como se não bastasse, a possibilidade de uma nova guerra desponta no horizonte e, enquanto isso, as traiçoeiras rainhas humanas que retornaram ao continente durante a última guerra forjaram uma perigosa nova aliança, ameaçando a frágil paz que se instalou nos reinos... E a chave para detê-los pode depender de Cassian e Nestha enfrentarem seu passado assustador. Contra o pano de fundo arrebatador de um mundo devastado pela guerra e atormentado pela incerteza, Nestha e Cassian percebem que apenas juntos podem triunfar, e lutam contra monstros por dentro e por fora enquanto buscam aceitação – e cura – nos braços um do outro.
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Resenha
E retornamos à Prythian! Dessa vez acompanhamos a história de Nestha e Cassian, onde minha missão inicial foi ser paciente com a protagonista. Ah, e antes que eu me esqueça, Corte de Gelo e Estrelas – volume 3,1 – é um adendo interessante que mostra o clima geral do que se esperar por aqui, mas ainda assim não é indispensável.
A Nestha sempre teve esse estilo de menina malvada e pelo que já notei, conquistou bastante gente. Eu, particularmente, sempre achei ela uma pessoa bastante ingrata e egoísta. Isso me fez querer puxar a orelha dela algumas vezes durante a leitura, e em alguns momentos senti uma raiva tão genuína que pareceu que ela existia de fato!
Tudo começa com ela bem perdida em seus sentimentos mais pesados e envolta numa "armadura" emocional. Ao ultrapassar todos os limites com os que se importavam com ela – incluindo até Amren e Elain –, seus entes decidem fazer uma intervenção, onde a intenção é salvá-la de si mesma.
A ideia é fazê-la entrar nos eixos, então a moça é obrigada a treinar com Cassian, além de trabalhar na biblioteca com as grã-sacerdotisas. Ali ela percebe mais os outros ao seu redor e começa a trabalhar aos poucos (mas bem aos poucos mesmo) sua empatia, além de fazer amizades.
Ao mesmo tempo, alguns movimentos políticos importantes têm acontecido, como a aproximação entre Beron e uma das rainhas humanas, que por sua vez parece estar ligada ao responsável pela maldição da rainha Vassa. Rhys está focado em outras questões e delega a Cassian funções que envolvem um jogo de cintura que o guerreiro não tem, definitivamente.
Falando em Cassian, ele é um personagem que gosto muito, pois ele é sempre animado e determinado, e embora tenha tido um histórico de dor e tristezas, não desiste de tentar resgatar coisas boas e inserir novos costumes mais justos em seu povo tão terrível.
Gostei bastante da jornada de amadurecimento de Nestha. Todos nós passamos por momentos ruins, e ver ela lutando tão bravamente contra os próprios defeitos e suas próprias dores foi uma experiência que valeu muito a leitura.
E dá para ver que ela está naquele nível de tristeza em que acabou se tornando uma pessoa bem tóxica, então Cassian persistir só mostra que realmente está perdidamente apaixonado. Se alguém me tratasse com metade do desprezo que ela sempre destinou a ele, era tchau e bença. Foi um guerreirinho, sem dúvidas.
O primeiro terço do livro eu achei meio parado, e ao longo da narrativa a Nestha passa muito tempo em treinamento. Acabou sendo bastante repetitivo e arrastado, e embora esses treinos tenham impacto direto nas mudanças que acontecem a ela, ficou tanto do mesmo que às vezes foi entediante. A escrita em terceira pessoa, por outro lado, permitiu um vislumbre mais amplo dos acontecimentos, e isso foi um ponto positivo.
Comentários Com Spoiler ⚠️
No fim, fica claro o quanto Nestha precisa ser grata por ter tantas pessoas que não desistiram dela, mesmo após atitudes que eu particularmente considero imperdoáveis, como ela jogar a verdade daquele jeito tão violento para Feyre e arriscando a vida da irmã, afinal ela não tinha como adivinhar a reação da mesma.
Além disso, ela sempre devolve a Feyre com inveja e crueldade, e por mais que nesse volume esteja também sofrendo, ela sempre foi difícil de lidar. Nestha pode amá-la, mas nunca ajudou em nada. Do que adianta amar sem demonstrar? A justificativa dela, de que na verdade queria uma atitude do pai, é ridícula, pois fez a caçula pagar por um erro dele!
Eu creio que o amor é muito mais de atitudes, e ela desde sempre minou o relacionamento com a irmã que a ama tanto; me parece que ela precisaria reconstruir tudo desde zero para ter algum futuro.
Quanto à Corte Primaveril, agora sim vi sentido na situação deplorável de Tamlin. Muita coisa aconteceu justamente por ele ter "largado de mão" todas as obrigações, e muito tem a ver com seu relacionamento fracassado.
Ah, e achei meio estúpido o propósito do Rito; eles põem os jovens para se matar (o próprio povo!) e quem sobrevive é um herói... Eu hein. Eu achava que era mais focado em sobreviver, enfrentar bestas e eventualmente enfrentar um mal-intencionado, mas as três só passam o tempo todo matando os brutamontes. Considerando que os feéricos nem se reproduzem tanto, é um costume que só tende a extinguir o próprio povo. Sem noção essa parte.
E olha (sobre o conto no final do livro): parece que tá todo mundo está conspirando contra o pobre do Azriel. Se já não bastasse ele ter passado meio milênio na friendzone de Mor, ele está ficando agora só na vontade em relação a Elain. Alguém ajude esse homem, por favooooor?
Visão Geral
Em Suma
Enervante. Emocionante. Empolgante | 8,4
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